terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Times Like These


Guarabira, 28 de Dezembro de 2013


Tempos assim





Certa vez, em páginas de um livro que já me não me recordo, li uma singela frase, um simples ditado, proverbio, que me dizia:

“Passarei por este caminho apenas uma só vez; por tanto, se existe qualquer bem ou quaisquer gestos de bondade que eu possa fazer em benefício do ser humano, que eu faça já, de imediato. Que eu não negligencie, pois por aqui jamais passarei”.

E foi essa frase, que me fez refletir pra caralho. Apenas por ter sido pego, após sua leitura, em flagrante de minhas próprias falhas.
         Penso, como nós, humanos, homens e mulheres, crianças e até mesmo idosos, costumamos taxar como bobagens ensinamentos como este. Sim, taxar como bobagem. Besteira. Ou simplesmente como simples poesia, sem nada além para nos acrescentar. Pense aí, enquanto eu reflito por aqui. De fato, isto não nos parece ter nenhuma importância, afinal. Até por que, se tivesse, ou seja, se levássemos em consideração o significado desta mensagem, nós não nos importaríamos tanto com os defeitos dos outros. Não torceríamos pela falha de ninguém. Não ficaríamos felizes quando aquilo de pior acontecesse com “aquele”, “aquela”, ou com qualquer um, ao invés de ter acontecido conosco. Pelo contrário, nos preocuparíamos muito mais em ajudar do que em apenas condenar, criticar.




         Muitas foram às vezes as quais poderíamos ajudar, mas nos era muito mais fácil nos ocultar. Né mesmo? Omitir e censurar todos e quaisquer impulsos de bondade partidos de dentro de nós mesmos. É incrível como nosso corpo parece ser muito mais propenso a tropeçar em palavras ofensivas, em pensamentos negativos. É por isso que não me surpreendo, por me encontrar com pessoas hoje que me digam que, o mundo é esta coisa amarga. Inundada de lagartos gananciosos, serpentes engolindo serpentes, caiu o sabonete no chão: deixa no chão... Entre outras definições. Por isto a quem diga que, os mais espertos é aqueles que ganham em cima das pessoas. Que se satisfazem na miséria de uns e no sofrimento dos outros.



Foto de 1993 ganhadora do prêmio Pulitzer, e que mais tarde levou o seu fotografo Kevin Carter ao suicídio, em arrependimento, por ter tirado uma foto ao invés de ajudar a criança. Mais informação: http://www.bitaites.org/fotografia/as-varias-mortes-de-kevin-carter


          Cara, a gente se corrompe tanto assim durante nossa vida? Me doí também por encontrar traços de minha jornada em palavras descritas acima, mais especificamente nos momentos de ocultamento, de espectador do sofrimento, sem nada a fazer.
           Errar é normal, eu to ligado. Infelizmente a maioria apenas erra, não aprende nada. São viciados no erro, e não tão nem aí. Até entendo, ou tento. Agir erroneamente para a maioria, é muito mais tentador na maior parte das vezes. A mentira sempre pareceu mais atraente do que a verdade e criticar sempre pareceu mais doce do que elogiar. Certo. Só tenho medo de fazer parte desta maioria que pensa assim. Até por que, a vida sempre será uma só: Um caminho, caracterizado com centenas de milhões de outros caminhos. E cada ação, não tem mais volta. Simples e complexo, assim.
            Como escritores do livro da vida, que somos, quero acreditar e mudar para que a minha vida seja escrita, em sua maioria, com capítulos de generosidade, bondade e compaixão. Que nos momentos de alegria eu possa levar alegria para alguém que está triste e nos momentos de tristeza, eu possa encontrar alegria a minha volta. Afinal... Penso que seria triste pra caralho, ser lembrado no fim, como mais um escritor romântico de uma tragédia.



            "Todo homem é culpado pelo bem que não fez". - (Voltaire)





http://letras.mus.br/foo-fighters/66755/traducao.html

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