terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Tic-Tac


Guarabira, 30 de Dezembro de 2013

      
Mestre de meu destino, capitão de minha alma






          Em uma destas tardes, sentado, esperava um amigo terminar um compromisso importante. E enquanto ele atendia aquilo que lhe chamava, eu sentado esperava. Permaneci curvado, com os braços apoiados no joelho segurando minha cabeça. Na minha frente, um relógio muito bonito trabalhava. Tic-tac. Tic-tac. Ele “tic-tac-eava”. Aquilo segurou minha atenção. Com calma, acompanhava o ponteiro na sua jornada. E quando menos esperava, um minuto já tinha passado. Comecei a me intrigar, com o óbvio. O silêncio era feroz, acompanhado do vento que entrava pela porta, da minha respiração lenta harmoniosa e do tic-tac do relógio a minha volta. Uma mistura de sons, das quais considerei bastante agradável. E quando penso que não, mais um minuto se fora. Meus olhos permaneciam vidrados naquele ponteiro. Acompanhando sua trajetória lenta e, de certa forma, rapidamente passageira.




           Conforme eu observava o tempo na sua aparência explicita e vulgar, uma reflexão bateu na minha porta. Na aparência de lembranças de momentos, que considerei como sendo alegres na totalidade de sua tristeza.
           Alegres em sua tristeza, é como chamo os dias passados marcados de risos, caracterizados com lágrimas bem derramadas e organizado em situações que valeram a pena serem vividas. Foram dias, nos quais pude sentir todo meu corpo vibrando de medo ao arriscar sair da zona de conforto. Ao dizer palavras que, antes, pensei que nunca seriam ditas. Ao abraçar quem, antes, pensei que nunca abraçaria. E por me permitir sentir toda dor e alegria que eu nunca imaginei que um dia sentiria. Foram momentos de coragem, diante de centenas de outros momentos de fraquezas. Momentos que errei, e sofri pra caralho por ter errado. Momentos que venci, mas só depois de ser rasgado por sacrifícios durante meu caminho pessoal. Foi ao cruzar a linha dos limites de covardia, arrogância e hipocrisia, recuando a tempo para aprender as valiosas lições de coragem, humildade e ousadia. Em palavras simples; foram todos aqueles momentos tristes, e alegres na totalidade de suas tristezas.

          "Nobody said it was easy, no one ever said it would be this hard..."

           O tic-tac do relógio então, me lembrou aonde estava. Voltando da reflexão, ainda permanecia parado, sentado, na mesma posição. Com os olhos voltados para o relógio que trabalhava. Ele ainda “tic-tac-eava” sem parar. Todo meu corpo suava e percebi que mais de dez minutos haviam se passado, e foi como se tivessem ido num piscar de olhos. Me senti como se tivesse sido hipnotizado por mim mesmo. E conclui a passagem de minhas lembranças, como infelizes passageiras. O poema de Robert Herrick das “Virgens para aproveitar o tempo”, veio ao meu encontro mais uma vez. E lembrei de algo que venho escrevendo nesse blog desde a sua criação. Algo que, antes de mais nada, é uma mensagem direcionada a mim mesmo. Concluindo mais uma vez que: A vida é curta.





            Assim como os ponteiros daquele relógio corriam depressa... Assim como ele ainda está correndo neste exato momento, a nossa vida também está se esvaindo devagar. Por isso devemos sempre nos lembrar de fazer o melhor que podemos agora. Já! Não podemos negligenciar o fato de que amanhã não podemos mais estar aqui. Lembremos sempre de ser gratos pelo dia que passou e de sermos ousados, ferozes e felizes nos dias que ainda nos restam. Espero que eu também possa aprender com esta mensagem, e não apenas recitá-la em vão.

              Afinal, mais um ano está acabando. E estou grato por estar vivo. E mais grato ainda por tudo que este ano pôde me proporcionar. Foram muitos momentos alegres. Muitos momentos alegres na totalidade de suas tristezas. Momentos que valeram a pena serem vividos. E isto graças ao simples fato de ter vivenciado tudo ao lado de quem eu amo de verdade. Minha mãe, Clarice Anita e pai, Antônio Marcelo. Meus irmãos, Marcelo Diego e Marcio Danilo e irmã, Marcela Oliveira. Meus irmãos de alma, Rodrigo Matias, Leonardo Soares, Lucas Claudino, Heitor Freitas, Arijunior Guilherme e todos aqueles irmãos de ordem, em especial alguns que tenho para mim como verdadeiros irmãos de sangue. Além daquelas amizades que fiz neste ano, ao ir para universidade. Amizades recentes porém, que já se mostram muito valiosas e especiais. Enfim... Tantas pessoas que admiro. Tantas pessoas que guardo com imenso carinho. Guardiões dos momentos de minha alegria. Graças a Deus, aos céus e as todas obras do acaso, sou feliz pra caralho. Tenho uma vida perfeita.
             E você que está lendo isto agora, sinta-se também grato por estar vivo. Mas um ano se passou, e aqui está você! E aqui, estamos nós! Vivos, como vencedores... Prontos para começar novamente... Prontos para desfrutar deste pânico que provoca ter a vida toda adiante.
           
             William Ernest uma vez escreveu:

Invictus

Do fundo desta noite que persiste 
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por minha alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa; 
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza. 

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.


               E aqui estamos nós... “Mestres e senhores de nosso destino, capitães e comandantes de nossa alma”.

               Um feliz ano novo para você e toda sua família!
               Felicidades sempre.


             “Colha os botões de rosa enquanto podes, o tempo está voando. A estas horas, hoje as flores que riem, amanhã já estarão mortas”. – (HERRICK, Robert)




http://letras.mus.br/coldplay/64278/traducao.html




Times Like These


Guarabira, 28 de Dezembro de 2013


Tempos assim





Certa vez, em páginas de um livro que já me não me recordo, li uma singela frase, um simples ditado, proverbio, que me dizia:

“Passarei por este caminho apenas uma só vez; por tanto, se existe qualquer bem ou quaisquer gestos de bondade que eu possa fazer em benefício do ser humano, que eu faça já, de imediato. Que eu não negligencie, pois por aqui jamais passarei”.

E foi essa frase, que me fez refletir pra caralho. Apenas por ter sido pego, após sua leitura, em flagrante de minhas próprias falhas.
         Penso, como nós, humanos, homens e mulheres, crianças e até mesmo idosos, costumamos taxar como bobagens ensinamentos como este. Sim, taxar como bobagem. Besteira. Ou simplesmente como simples poesia, sem nada além para nos acrescentar. Pense aí, enquanto eu reflito por aqui. De fato, isto não nos parece ter nenhuma importância, afinal. Até por que, se tivesse, ou seja, se levássemos em consideração o significado desta mensagem, nós não nos importaríamos tanto com os defeitos dos outros. Não torceríamos pela falha de ninguém. Não ficaríamos felizes quando aquilo de pior acontecesse com “aquele”, “aquela”, ou com qualquer um, ao invés de ter acontecido conosco. Pelo contrário, nos preocuparíamos muito mais em ajudar do que em apenas condenar, criticar.




         Muitas foram às vezes as quais poderíamos ajudar, mas nos era muito mais fácil nos ocultar. Né mesmo? Omitir e censurar todos e quaisquer impulsos de bondade partidos de dentro de nós mesmos. É incrível como nosso corpo parece ser muito mais propenso a tropeçar em palavras ofensivas, em pensamentos negativos. É por isso que não me surpreendo, por me encontrar com pessoas hoje que me digam que, o mundo é esta coisa amarga. Inundada de lagartos gananciosos, serpentes engolindo serpentes, caiu o sabonete no chão: deixa no chão... Entre outras definições. Por isto a quem diga que, os mais espertos é aqueles que ganham em cima das pessoas. Que se satisfazem na miséria de uns e no sofrimento dos outros.



Foto de 1993 ganhadora do prêmio Pulitzer, e que mais tarde levou o seu fotografo Kevin Carter ao suicídio, em arrependimento, por ter tirado uma foto ao invés de ajudar a criança. Mais informação: http://www.bitaites.org/fotografia/as-varias-mortes-de-kevin-carter


          Cara, a gente se corrompe tanto assim durante nossa vida? Me doí também por encontrar traços de minha jornada em palavras descritas acima, mais especificamente nos momentos de ocultamento, de espectador do sofrimento, sem nada a fazer.
           Errar é normal, eu to ligado. Infelizmente a maioria apenas erra, não aprende nada. São viciados no erro, e não tão nem aí. Até entendo, ou tento. Agir erroneamente para a maioria, é muito mais tentador na maior parte das vezes. A mentira sempre pareceu mais atraente do que a verdade e criticar sempre pareceu mais doce do que elogiar. Certo. Só tenho medo de fazer parte desta maioria que pensa assim. Até por que, a vida sempre será uma só: Um caminho, caracterizado com centenas de milhões de outros caminhos. E cada ação, não tem mais volta. Simples e complexo, assim.
            Como escritores do livro da vida, que somos, quero acreditar e mudar para que a minha vida seja escrita, em sua maioria, com capítulos de generosidade, bondade e compaixão. Que nos momentos de alegria eu possa levar alegria para alguém que está triste e nos momentos de tristeza, eu possa encontrar alegria a minha volta. Afinal... Penso que seria triste pra caralho, ser lembrado no fim, como mais um escritor romântico de uma tragédia.



            "Todo homem é culpado pelo bem que não fez". - (Voltaire)





http://letras.mus.br/foo-fighters/66755/traducao.html

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

You can’t always get what you want




Guarabira, 13 de Agosto de 2013



Sempre em frente








Anda aí, cara. Siga em frente e tome cuidado ao olhar pra trás, você pode deixar uma boa oportunidade passar. Faça o seu caminho. Mas lembre-se: É o seu caminho. Por tanto só leve consigo aquilo que você, de fato, precisa pra ser feliz. Deixe as preocupações, arrependimentos e até mesmo certas pessoas pra trás. Tome como conhecimento aquilo que é necessário, descarte aquilo que não é, e continue andando. Não pare de andar. Ou pare. Mas se parar, respire fundo, tome seu fôlego, olhe a sua volta, desfrute da vista e siga em frente novamente. Tropece. Caia. Se machuque. Afinal, o caminho muita vezes se tornará estreito, íngreme, áspero e feroz com seus viajantes. Normal, nada demais. Agora que já caiu, por que não ganhar uma recompensa por isto? Deixe de ser mocinha e se levante, limpe a sujeira de suas vestes, chore se quiser... Mas, logo que a dor passar, se prepare para cair novamente. E de novo, e de novo. A estrada tem muitas ladeiras, e muitas delas só se passa caindo. Se acostume com a queda, mas não se acostume com o chão. Esta estrada tem destino distinto para cada pessoa, mas no fim, a recompensa é uma só para quem persiste: Aquilo que faz sua alma chorar de tanto sorrir. E no fim, você aprende que o atalho mais rápido para felicidade é o caminho mais longo da infelicidade. Infelizmente ou felizmente, não tem segredo. Ou melhor, têm vários. Porém, todos eles requerem apenas uma coisa: Coragem. Coragem para lutar e seguir sempre em frente. Será que isso você tem? Não precisa responder. Apenas continue andando, se for capaz.




Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje... Apenas não fique parado”. (LUTHER KING JR, Martin)

“Anda, que parar é covardia e olhar para a cidade do passado é ignorância.” (GIBRAN, Kahlil)






segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sad Song



Guarabira, 28 de Março de 2013



Canção Triste







               De repente algo te atinge, você cai e não lembra bem quando foi, nem como ocorreu. A única coisa que fica bem clara na verdade, é o quanto tudo ficou escuro durante certo tempo.
                Você acorda e já não é mais a mesma pessoa de antes. Sente-se estranho. E pior, diferente. A ponto de sentir saudades de quem costumava ser no passado. Um momento de reflexão e todo arrependimento vem a tona. “O que aconteceu comigo?” É a pergunta que fica martirizando, bem assim como a impressão de que tudo mudou.
Quando fui dormir o Sol cantava serenatas para a Lua e ao acordar me deparo com a Lua aplaudindo a tristeza do Sol.








Enquanto caminho, observo as estrelas. Me doí ao ver que muitas delas se apagaram com o cair da noite. A poesia adoeceu, a fé aos poucos se dissolveu e o que restou foi um pouco de tudo aquilo que mais condenava. Não sei se é cômico ou trágico quando o autor se torna vítima de sua própria maldição. Apesar de que minhas convicções não bateram palmas, quando perceberam que o herói no fim das contas, havia se tornado o vilão.

                Com o protagonista ferido no chão e as páginas do meu livro queimando naquela desprezível situação, um segundo de silêncio foi o bastante para acreditar que a esperança havia me abandonado.
O carrasco se encontrava ali, de pé e me encarando. Sussurrando o que cedo ou tarde eu haveria de descobrir: A verdade... E eu não estava preparado para ouvir a verdade.
O carpe diem estava morrendo dentro de mim, ele me disse. Foi essa a verdade, verdade que fez meus sentimentos mais profundos tremerem violentamente e que me fez sentir uma vibração alarmante nas batidas do meu coração, até nas mais fracas.
Senti então, que algo estava voltando para mim.
               
E em vez do miado eu escuto uma explosão. As rochas caem, se partem ao meio. Uma criatura saí dos escombros e vem na minha direção. Agarra meu pescoço e me olha calmamente. Olhando nos seus olhos tudo fica claro de novo. E já tremulo me saí estas palavras: - Não o decepcionarei novamente.

Naquele dia eu fiz uma promessa a mim mesmo. Promessa que carregarei comigo eternamente e que servirá sempre de ensinamento para que eu nunca me esqueça das palavras do poeta que me apresentou a arte de viver plenamente.
Walt Whitman uma vez escreveu “Não atraiçoe suas crenças”. E em resposta eu vos digo mais uma vez, Whitman: Não irei!


“Don't throw it all away”






Canção Triste


Cante uma canção triste
Num lugar isolado
Tente fazer uma recomendação favorável para mim
Faz tanto tempo
Desde que eu encontrei este lugar
Seria melhor você fazer umas 2 ou 3 recomendações
Nós, como pessoas, só estamos andando por aí
Nossas cabeças estão firmemente coladas no chão
O que não vemos
Bem, não pode ser real
O que não tocamos, não podemos sentir

Onde nós moramos nesta cidade
O sol nasce e se põe
Mas tudo é igual no final do dia
E nós trapaceamos e nós mentimos
Ninguém diz que é errado,
Então não perguntamos por quê
Porque tudo é igual no final do dia
Nós estamos jogando tudo fora
Nós estamos jogando tudo fora
Nós estamos jogando tudo fora no final do dia

Se você precisar
De alguma coisa que eu possa dar
Você sabe que eu o ajudaria, se eu pudesse
Se você é honesto e você diz que fez
Você sabe que eu te daria a mão
Ou uma canção triste
Num lugar solitário
Eu vou tentar fazer uma boa recomendação sobre você
Precisa de um ombro? Se este for o caso,
Você sabe que não tem nada que eu não faria

Onde nós moramos nesta cidade
O sol nasce e se põe
Mas tudo é igual no final do dia
E nós trapaceamos e nós mentimos
Ninguém diz que é errado,
Então não perguntamos por quê
Porque tudo é igual no final do dia

Não jogue tudo fora
Não jogue tudo fora
Não jogue tudo fora
Não jogue tudo fora
Jogando tudo fora
Jogando tudo fora
Jogando tudo fora

Jogando tudo fora
Jogando tudo fora
Você está jogando tudo fora no final do dia